“Um Pouco de Ar, Por Favor”
refere-se à continuidade das atividades de pesquisa de linguagem da Cia Pierrot Lunar, para a montagem de seu novo espetáculo teatral. A inspiração parte de questões abordadas pelo escritor e jornalista inglês Eric Arthur Blair (1903-1950), mais conhecido pelo pseudônimo de George Orwell, que em parte de sua obra, profetiza sobre o poder da comunicação e da linguagem e sua influência na manipulação dos fatos e das pessoas. Inspirado em aspectos de sua obra, o mote desencadeador das atividades processuais da Cia começaram a ser construídos, por meio de oficina realizada em outubro deste ano e partem da reflexão sobre a asfixia que vivemos, os retrocessos da nossa sociedade atual, da estranha retomada de valores já ultrapassados, da intolerância, do conservadorismo exacerbado de grupos específicos, do “duplipensar”, confundindo os valores e desconstruindo sentidos, das bandeiras históricas ainda em punho em pleno século XXI e de tantas questões urgentes e contemporâneas a serem levadas à cena como um grito, um clamor, um protesto. Tudo isso, tendo a música trabalhada e executada pelos atores, alinhavando a encenação. Será que a arte é esse ar? A poesia? A música? O teatro? As palavras? O simples fato de ir à janela e ver a vida lá fora?
Orientados e dirigidos pelo diretor e ator Chico Pelúcio, fundador e integrante do Grupo Galpão e gestor do Galpão Cine Horto em Belo Horizonte, os atores irão desenvolver um processo de criação que pretende ampliar as possibilidades e os caminhos já percorridos pela Cia em investigações anteriores, a partir de workshops de criação que guiarão todas as outras etapas da pesquisa, abrindo os processos publicamente e oferecendo para o meio artístico a oportunidade de participar também da etapa de instrumentalização dos integrantes, não somente fechados em salas de ensaio, mas possibilitando a troca de experiências com seus pares. De outra forma, o público participa por meio dos ensaios abertos e demonstrações de resultados, o que mantém a característica da Cia de sempre trazer o espectador para perto do processo. A dramaturgia estará presente, promovendo uma parceria inédita entre um jovem pesquisador da dramaturgia contemporânea, Vinícius de Souza (BH), e um experiente e reconhecido mestre da área, Luis Alberto de Abreu (SP).
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